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Outubro Rosa – Mês de prevenção ao câncer de mama.

01/10/20

O câncer de Mama é o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, responsável por mais de 2 milhões de novos casos em todo o mundo. Estima-se que cerca de 13% das mulheres terão o diagnóstico de câncer de mama em algum período da vida.

 

No Brasil, cerca de 60 mil mulheres recebem o diagnóstico de câncer de mama todos os anos.

Felizmente, as taxas de cura e controle da doença estão aumentando devido a métodos diagnósticos precoces e a tratamentos mais eficazes.

 

O QUE É CÂNCER DE MAMA?

A mama é formada por lobos – responsáveis pela produção do leite materno, e pelos ductos que transportam o leite até os mamilos.

O câncer de mama se caracteriza por crescimento celular descontrolado de células malignas em tecidos da mama. Cerca de 80% dos casos de câncer de mama surgem nos ductos – chamados de carcinomas ductais de mama. Os tumores que se originam nos lóbulos são chamados de carcinomas lobulares da mama.

 

O câncer de mama pode projetar as células malignas através da drenagem linfática e acometer os gânglios abaixo da axila (chamados de linfonodos).

Caso não seja tratado logo no início, as células malignas podem atingir a circulação sanguínea e se estabelecer em outros órgãos (como pulmão, fígado, ossos, cérebro) através de lesões conhecidas como metástases.

 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE CÂNCER DE MAMA?

Os tumores de mama podem ser detectados em fase inicial, muitas vezes não produzindo sintomas, sendo evidenciados apenas em exames de mamografia ou ressonância das mamas.

NÃO TENHO NENHUM SINTOMA NAS MAMAS, DEVO FAZER EXAMES?

É comprovado cientificamente que o rastreamento precoce de câncer de mama reduz a mortalidade por neoplasia mamária.

Recomenda-se que todas as mulheres sem fator de risco façam exames de mamografia a partir dos 40 anos.

A mamografia é o exame de escolha para rastreamento do câncer de mama, porém a consistência da mama ou mesmo uso de prótese mamária podem indicar a preferência para outros tipos de exames, como a ressonância magnética ou tomossíntese – converse com seu médico a respeito.

 

ESTOU COM UM NÓDULO NA MAMA. O QUE FAZER?

Aconselhamos que pacientes com alterações persistentes nas mamas, sempre consultem um médico mastologista ou oncologista para avaliação individual quanto as condutas a serem tomadas. Os métodos diagnósticos variam conforme os sintomas, consistência da mama e idade da paciente avaliada.

Os exames de imagem mais utilizados para avaliação de nódulos são a mamografia, ultrassonografia e ressonância das mamas e são avaliados pelo médico radiologista e graduados, através de um sistema internacional conhecido por BIRADS.

Nódulos suspeitos através do exame físico e radiológico são avaliados para a realização de biópsia tecidual para resultado anatomopatológico da lesão.

 

O RESULTADO DA BIÓPSIA VEIO POSITIVO PARA CÂNCER DE MAMA, E AGORA?

O resultado anatomopatológico é de extrema importância para definição do diagnóstico e avaliação do subtipo tumoral do câncer de mama, utilizando um exame chamado de imunohistoquímica.

O câncer de mama não é igual para todas as mulheres – o subtipo tumoral irá definir a melhor conduta e o tratamento individualizado para cada paciente

Através da biópsia é possível avaliar algumas características moleculares como a expressão de receptores hormonais na lesão tumoral, a presença ou não de receptores chamados de HER2 na superfície das células tumorais, ou mesmo se o tumor não possui nenhum desses receptores.

APÓS A BIÓPSIA, PRECISO FAZER MAIS ALGUM EXAME?

Depende da avaliação específica do seu caso. Se o tumor for pequeno nem sempre precisa fazer exames adicionais.

Caso seja um nódulo grande na mama, que cause infiltração na pele ou que apresente aumento dos linfonodos axilares podemos solicitar exames de tomografias para afastar a possibilidade de acometimento tumoral em outros órgãos.

Através do exame físico e dos exames de imagem auxiliares o caso é avaliado para saber o estadiamento do tumor.

O QUE É ESTADIAMENTO?

Estadiamento é o processo de avaliação do estágio em que o câncer se encontra no momento do diagnóstico. A classificação é definida através de estágios de I a IV, dependendo do tamanho do tumor, do acometimento ou não dos linfonodos (popularmente chamado de ínguas) ou presença ou não de sinais de metástases a distância.

O estadiamento é importante para avaliação de prognóstico e planejamento do tratamento.

QUAL É O TRATAMENTO?

A decisão do tratamento depende da avaliação de cada caso particularmente.

CIRURGIA

– Pacientes com tumores pequenos poderão realizar cirurgia conservadora da mama (onde só o segmento acometido pelo tumor é ressecado) e posteriormente radioterapia. Se a opção for evitar a radioterapia, poderá ser discutido a ressecção completa da mama.

Durante a cirurgia, o médico mastologista avalia também o “linfonodo sentinela” que é o primeiro linfonodo da cadeia linfática da mama a receber a drenagem da área de localização do tumor.

Se o tumor da mama for grande, impossibilitando uma reconstrução mamária adequada ou se já existir linfonodos axilares palpáveis na primeira avaliação, a paciente poderá ser encaminhada para o tratamento com quimioterapia para reduzir o tumor antes de realizar a cirurgia.

QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia é grande aliada no tratamento do câncer de mama e age através de medicações endovenosas que causam a destruição das células cancerígenas.  Em casos específicos ela pode ser indicada antes da cirurgia da mama – quimioterapia neoadjuvante – ou após a cirurgia – quimioterapia adjuvante – para diminuir as chances do tumor retornar e aumentar as taxas de cura.

Nos casos de tumores com metástases para outros órgãos, a quimioterapia tem a função de agir em todos os órgãos acometidos pelo tumor, buscando diminuir ou estabilizar as lesões metastáticas.

No câncer de mama o tratamento pode ser através de quimioterapia citotóxica – conhecida popularmente como “quimioterapia vermelha” e “quimioterapia branca” e recebem esse nome pela cor da medicação realizada por infusão endovenosa.

Além da quimioterapia citotóxica, também deve ser avaliado o tratamento personalizado baseado no tipo tumoral de cada paciente  – o que chamamos de Terapia- alvo.

Nos casos de tumor de mama HER2 positivo, geralmente são indicadas medicações que utilizam um anticorpo desenvolvido por engenharia genética, que age diretamente no receptor presente na célula do tumor ou medicações que bloqueiam  proteínas presentes na membrana celular, impedindo a replicação tumoral.

A hormonioterapia é também uma grande aliada no tratamento do câncer de mama e age bloqueando os receptores de estrógeno e progesterona na superfície da célula tumoral. Seu uso está indicado no tratamento de mulheres que possuem positividade para receptores hormonais no exame imunohistoquímico.

Além disso, outros tipos de tratamento podem ser indicados dependendo do subtipo tumoral de cada paciente e grau de estadiamento.

RADIOTERAPIA

A radioterapia é um tratamento realizado através de máquinas específicas que enviam radiação ionizante para o controle e erradicação tumoral. Pode ser indicada após o tratamento cirúrgico da mama ou mesmo em sítios localizados de metástases para controle dos sintomas locais do câncer.